Aproveito para inaugurar mais essa sessão por aqui. Sempre que eu assistir um filme baseado em algum livro, de qualquer gênero, não vou deixar de fazer um breve comentário.
É a tal história - e vou repetir o que escrevi depois de assistir o primeiro filme (Cinquenta Tons de Cinza): se você gosta e é fã, vai adorar, se você não gosta do gênero absolutamente, vai continuar não gostando. Mas abre-se aqui uma outra possibilidade: se você não gosta mas adora aqueles filmes românticos açucarados, tipo "Sessão da Tarde" (só que um pouco mais apimentados, é claro) há uma pequena chance de que você entre para o time. Não pretendo tocar mais na controvérsia de sempre, apenas deixar aquele lembrete para os haters: é uma peça de ficção, uma fantasia, nada mais. Tentar enxergar mais do que isso, tentanto trazer a trama para a realidade e fazendo análises a partir disso, como se tudo aquilo que se lê ou se vê na tela é real, é uma perda de tempo ridícula.
Mais do que o primeiro filme, Cinquenta Tons Mais Escuros é feito e dedicado aos fãs da série. Percebe-se isso em cada detalhe – o roteiro, por exemplo, foi fiel ao máximo ao livro. Não é preciso ser muito conhecedor de cinema para entender que as modificações feitas eram necessárias, não só para tornar a narrativa mais dinâmica, mas para possibilitar que uma história tão cheia de detalhes coubesse em pouco mais de duas horas de projeção. É sempre esse o preço que se paga quando se leva um filme à tela do cinema. Assim, a falta de algumas cenas, uma em particular que até apareceu nos trailers, não me incomodou – essa provavelmente integrará o DVD, do qual já aguardo ansiosamente a pré-venda.
Ah, não posso deixar de comentar. As cenas de sexo são sim em maior número, porém mais curtas e um pouquinho mais discretas - pelo menos eu achei. Não vi, no entanto, nenhuma vulgaridade, é tudo de muito bom gosto.
Percebe-se também, e nitidamente, o empenho dos atores principais, e um indisfarçável carinho com os personagens que transcende à tela. Embora a única crítica que li até agora – tenho ficado longe delas, pois sempre me irritam – destaca o trabalho de Dakota Johnson, eu tenho que dizer que, nesse filme, Jamie Dornan a superou (e não somente pelo fator colírio para os olhos). Ele é Christian Grey e ponto final, já não consigo imaginar outro no papel. E comprovou que eu tinha razão quando eu dizia aos meus amigos mais críticos de que o ator tinha feito o que podia com o material que lhe fora dado no primeiro filme. Em Cinquenta Tons Mais Escuros, Dornan consegue Christian Grey saltar das páginas do livro para outra realidade, aquela audiovisual do cinema, dando ao personagens nuances sutis que antes só podiam ser captadas pelos leitores da trilogia. Gostei muito, embora duvide que isso chegue a silenciar os chatos que dizem que o moço não consegue atuar. Consegue sim. A série The Fall, que chamou a atenção da escritora E.L. James e dos produtores do filme e do trabalho do ator - é exemplo disso. O trabalho dele como o serial killer Paul Spector é impecável. Provavelmente Dornan nunca vai ganhar um Oscar, mas é suficientemente competente dentro do gênero do filme.
Se a mudança do diretor (James Foley) e roteirista (Niall Leonard, marido da escritora E.L. James) tiveram o condão de fazer com que o personagem Christian Grey finalmente ganhasse mais dimensões, não tiveram o mesmo em apenas dois aspectos: O visual do primeiro filme, mais sóbrio e elegante, me agradava mais, e também a trilha sonora que, com exceções é claro, deixa um pouco a desejar nesse segundo filme. Se bem que superar aquela versão lenta de Crazy in Love da Beyoncé seria difícil mesmo! Mas gostei da nova cara dada a The Scientist, do Coldplay, a música de abertura , bem como, é claro, os clássicos do canção americana que pipocavam no filme de tempos em tempos, especialmente no baile de máscaras.
Enfim, reconheço que não é um grande filme, dificilmente será premiado, mas para os fãs da série é um presente que dificilmente poderia ser mais perfeito. Se ao primeiro filme eu daria uma nota 7, esse chega muito perto de 10. Vamos ver o próximo e último da trilogia. É certo que Cinquenta Tons de Liberdade seja talvez o livro mais fraco da série, mas, foi filmado concomitantemente com Cinquenta Tons Mais Escuros, e, supondo que a competência tenha sido mantida, já estou aguardando ansiosamente, e querendo saber quando posso comprar meu ingresso antecipado.
Livro x Filme:
Ambos se complementam, cada um com seus encantos. Mas depois desse filme, duvido que alguém consiga imaginar outros rostos evozes para Christian e Anastasia que não os de Jamie Dornan e Dakota Johnson.
Boas leituras (ou bom filme)!
:-)
S.
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