Que leitor nunca se rendeu ao fascínio e dos vampiros, esses seres
mitológicos que nos repugnam e nos seduzem ao mesmo tempo? A leitora que vos
escreve confessa que, de tempos em tempos, sucumbe a essa tentação. Admito que,
quando li a sinopse de O Historiador, de Elizabeth Kostova, quase deixei o livro de lado quando percebi
que se tratava de uma história desse gênero. Sei lá, talvez eu ainda não tivesse
superado a experiência com os seres politicamente corretos e que brilham no
sol da saga de Stephenie Meyer...
Minha mais recente incursão no mundo dos sugadores de sangue foi o livro
da Elizabeth Kostova, que vejo como quase uma homenagem ao mais icônico dos vampiros
literários: o Dracula, de Bram Stoker.
Vejamos a sinopse:
Certa noite bem tarde, ao explorar a
biblioteca do pai, uma jovem encontra um livro antigo e um maço de cartas
amareladas. As cartas estão todas endereçadas a 'Meu caro e desventurado
sucessor', e fazem mergulhar em um mundo com o qual ela nunca sonhou - um
labirinto onde os segredos do passado de seu pai e o misterioso destino de sua
mãe convergem para um mal inconcebível escondido nas profundezas da história.
As cartas fazem alusão a um dos poderes mais maléficos que a humanidade jamais
conheceu, e a uma busca secular pela origem desse mal e sua erradicação. É uma
caça à verdade sobre Vlad, o Empalador, o governante medieval cujo bárbaro
reinado gerou a lenda de Drácula. Gerações de historiadores arriscaram
reputação, sanidade, e até mesmo as próprias vidas para conhecer essa verdade.
Agora, uma jovem precisa decidir continuar ou não essa busca - e seguir seu pai
em uma caçada que quase o levou à ruína anos antes, quando ele era um estudante
universitário cheio de energia e sua mãe ainda era viva.
O livro é muito bem escrito, e é obvio que a autora mergulhou em uma
pesquisa detalhada para narrar a história. Nāo sou especialista na área, mas
creio que a obra insere-se dentro do gênero da ficção histórica. Ou seja, os
dados históricos são precisos até aquele limite do salto para a fantasia, do
real ao imaginário, ou imaginado. O problema é que, da metade para frente do
livro, parece que ela faz questão de mostrar isso em detalhes excruciantes. Fica cansativo, mas
apesar disso a obra tem uma atmosfera envolvente, que chega a lembrar a do
livro de Bram Stoker e mesmo com o exagero nas minúcias, prende o leitor. Nada
memorável, certamente não é o melhor livro sobre vampiros que eu já li, mas,
sem dúvida, cumpriu o seu papel de divertir. Recomendo, se você está procurando
algo acima da média com esse tema, recheado de detalhes sobre uma figura histórica
um tanto quanto obscura.
Leituras:
Além de O Historiador da Elizabeth Kostova, recomendo, é claro, o clássico original, o Drácula, de Bram Stoker. Há também Eu Sou a Lenda, de Richard Matheson e a série de livros sobre o vampiro Lestat, de Anne Rice. Destaque para “Entrevista com o Vampiro” na tradução de Clarice Lispector.
Leiturinhas:
Pura diversão, nada mais.
Trisha Baker: A trilogia Crimson. Esse é de fazer o Dracula e o Edward Cullen usarem aquela estaca de
madeira para fazer harakiri e se matar de inveja... Simon Baldevar é o anti
Edward e faz o Dracula do Bram Stoker parecer príncipe de contos de fadas. E o
que é melhor, ele fica com a mocinha no final. Uma trilogia deliciosa de ler,
mas não é para todos os gostos. Vá em frente com cautela. Os livros são pouco conhecidos, mesmo em inglês, e talvez por isso não exista tradução em português.
Kitty Thomas, The Last Girl. O vampiro Christian do livro não é um
Grey – é pior, ou melhor, dependendo do ponto de vista. Faz parte da
minha galeria de vampiros malvados que ficam com a mocinha no final, embora
ainda precise de algumas lições com o Simon Baldevar para chegar lá. Mas um
para ser consumido com cautela.
R.L. Mathewson, TalI, Dark and Lonely. Outra leiturinha da Sandra sem tradução em português ainda. Esse, porém, é o primeiro livro de uma série da autora sobre vampiros, de relativo sucesso nos Estados Unidos. Portanto ainda pode surgir por aqui. Ephraim Williams faz parte do time dos vampiros bonzinhos,
mas nem por isso deixa ser interessante. Pelo menos o personagem não tem as
chatices politicamente corretas do Edward Cullen. Um livro divertido e gostoso de ler.
É só por enquanto.
Boas leituras!
:-)
S.







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