Eu vinha de dois livros empolgantes, um da própria Tana French, No Bosque da Memória, e a obra prima de Donna Tartt, A História Secreta. Era de se esperar que, no meio dessa pequena ressaca literária, que Dentro do Espelho (The Likeness), de Tana French, no início, não me empolgasse muito. Porém isso mudou a medida em que os capítulos avançaram, mas confesso que só atingi aquele estágio mágico - no qual o leitor não consegue largar o livro e mal pode esperar para voltar a ele - por volta dos 40% do livro. Além disso, eu esperava resposta para algumas dúvidas não resolvidas no livro anterior da série, No Bosque da Memória, e ficou claro no início que não as obteria. Fiquei desapontada, admito, mas, mesmo assim, prossegui. E valeu a pena.
Vamos à sinopse. Um pequeno alerta, porém. Nunca antes li uma sinopse conter tantos spoilers assim - alguns dos fatos descritos só são descobertos pelo leitor só na metade do livro. Até o título da obra em português, Dentro do Espelho, pode ser um possível spoiler, mas isso não descobri ainda. Aqui vai, com a devida cautela:
Forjar uma identidade e encarnar um personagem na vida real é rotina para policiais infiltrados em organizações criminosas. Resta saber o que se faz no entanto, quando este personagem aparece morto. Com o apoio de policiais de delegacias especializadas, Cassie deixa seu posto na divisão que atende casos de violência doméstica para voltar à pele de sua criação, a estudante universitária Lexie Madison. Cassie é confrontada não apenas com o corpo da moça que se fez passar por Lexie, mas com filmes e fotografias que a ajudam a compor essa nova personagem - com a qual se assemelha fisicamente, porém de quem desconhece os hábitos e o comportamento. Nos filmes estão também os quatro jovens que moravam com Lexie em um casarão, herdado por um deles. A casa, numa zona distante do centro de Dublin, está sendo reformada pelos próprios universitários, que vivem isolados, divertindo-se apenas entre si, sem utilizar computadores ou ver televisão. O estranho e fechadíssimo grupo é visto pelos moradores do lugarejo próximo como os descendentes dos aristocratas que uma vez ocuparam a propriedade. No entanto, apesar do estilo de vida antiquado pelo qual os estudantes optaram, eles não nutrem qualquer sentimento de fidalguia em relação aos netos dos antigos serviçais do casarão. Ao mesmo tempo que encara os estudantes como celebridades, a população local se ressente com a decisão deles de permanecerem na propriedade, recusando ofertas de um grupo hoteleiro para transformá-la em resort turístico, criando oportunidades de emprego e proporcionando desenvolvimento econômico para a região.
Detectei algumas semelhanças superficiais com A História Secreta, ao encontrar um grupo fechado de estudantes universitários com segredos em comum. Porém, ao contrário do livro de Donna, no qual esse segredo estava praticamente evidente desde o prólogo, aqui a questão é descobrir o vínculo que une aquelas pessoas. Muito interessante, embora a premissa inicial - a da policial assumindo a identidade de uma sósia - me pareceu um tanto difícil de se sustentar. Vamos ver como a trama vai terminar, e aí então eu poderei contar se funcionou ou não.
Boas leituras!
:-)
S.
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