Colagem S.C. Zerbetto
Bom dia!
Confesso que não tenho lido muito nos últimos dias, minha mente tem encontrado estímulo nas artes visuais, seja como observadora, seja brincando com o que encontro. Acho que é mais ou mesmo isso que fazia Kandinsky.
Colagem S.C. Zerbetto
Não tenho conhecimento profundo de arte moderna, mas intuitivamente ele parece para mim um grande brincalhão, que tentava unir cores e sons em seus quadros, e assim conseguia compor verdadeiras sinfonias visuais. Se não me engano, já escrevi sobre esse grande artista anteriormente no blog, mas como esta é a primeira obra que trago, por ter sido exaustivamente utilizada nas minhas colagens, pouco a pouco pretendo trazer algumas informações interessantes sobre Kandinsky, e sobre como ele compunha as suas obras. Acreditem, há muito mais na arte moderna, notadamente na arte abstrata, do que uma mera reunião de formas disconexas, sem sentido e incompreensíveis em uma tela. Kandinsky talvez seja o melhor caminho para entender isso.
A obra escolhida para hoje é a Composition VIII (Composição VIII), e encontra-se em exibição no Museu Guggenheim.
Colagem S.C. Zerbetto
Esse ponto de contato interior, apesar de toda a sua importância, não é, entretanto, mais do que um ponto. Após o longo período de materialismo de que ela está apenas despertando, nossa alma acha-se repleta de germes de desespero e de incredulidade, prestes a soçobrar no nada. A esmagadora opressão das doutrinas materialistas, que fizeram da vida do universo uma vã e detestável brincadeira, ainda não se dissipou. A alma que volta a si permanece sob a impressão desse pesadelo. Uma luz vacilante brilha tenuemente, como um minúsculo ponto perdido no enorme círculo da escuridão. Essa luz fraca é apenas um pressentimento que a alma não tem coragem de sustentar; ela se pergunta se a luz não será o sonho, e a escuridão a realidade. Essa dúvida e os sofrimentos opressivos que ela deve à filosofia materialista distinguem nossa alma da alma dos primitivos. Por mais levemente que se a toque, nossa alma soa como um vaso precioso, que se encontrou rachado na terra. É por isso que a atração que nos leva ao primitivo, tal como o sentimos hoje, só pode ser, sob sua forma atual e factícia, de curta duração.Salta os olhos que essas duas analogias da arte nova com certas formas de épocas passadas são diametralmente opostas. A primeira exterior, será sem futuro. A segunda é interior e encerra o germe do futuro. Após o período de tentação materialista a que aparentemente sucumbiu, mas que repele como uma tentação ruim, a alma emerge, purificada pela luta e pela dor. Os sentimentos elementares, como o medo, a tristeza, a alegria, que teriam podido, durante o período da tentação, servir de conteúdo para a arte, atrairão pouco o artista. Ele se esforçara por despertar sentimentos mais matizados, ainda sem nome. O próprio artista vive uma existência completa, relativamente requintada, e a obra, nascida de seu cérebro, provocara no espectador capaz de experimentá-las, emoções mais delicadas, que nossa linguagem é incapaz de exprimir.Wassily Kandinsky
Colagem S.C. Zerbetto
Boas leituras!
:-)
S.
Colagem S.C. Zerbetto







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