17 de novembro de 2016

Livros do dia: Rebecca, Daphne du Maurier e A Sucessora, Carolina Nabuco

Os dois romances de hoje tem uma curiosa relação entre si, um pequeno enigma literário. Seria um caso de plágio, ou simplesmente uma autora que se inspirou em uma obra de outra? 

Há controvérsias. 

Segundo consta, Carolina Nabuco traduziu o livro para o inglês e enviou uma cópia a Daphne du Maurier, que, alguns anos depois, publicou o aclamado Rebecca. Li ambos e, evidentemente, as histórias tem muitos pontos semelhantes, mas isso não é incomum na literatura. Em breve vou trazer aqui não duas, mas quatro obras, três delas bastante conhecidas, com uma trama virtualmente idêntica na essência. Aqui, cabe a cada leitor ler ambas e tirar as suas próprias conclusões. Plágio ou não, não importa, gosto das duas. Porém, sem querer atrair a ira dos nacionalistas, sinceramente acho a obra de Daphne du Maurier muito superior, em conteúdo e na multidimensionalidade dos personagens. Tanto é que, na adaptação para a TV aqui no Brasil (um dos maiores sucessos da época, diga-se de passagem) usaram-se muitos elementos de Rebecca que não existiam na obra original de Carolina Nabuco. De qualquer modo, gosto  de pensar nesses dois livros como duas obras que se complementam, nada mais.

A)
Título:
Rebecca, A Mulher Inesquecível (Rebecca)

Autor:
Daphne du Maurier
















Sinopse: 

A heroína de “Rebecca, – A mulher inesquecível” é uma jovem insegura de si. Ao pedi-la em casamento, Max de Winter, um belo e misterioso viúvo rico, altera para sempre o seu destino. O que seria o final feliz é apenas o início de uma trama de enganos assombrada pela memória de Rebecca, a falecida esposa de Max, e pela senhora Danvers, a soturna governanta devotada à antiga patroa.O delicioso romance de Daphne du Maurier tornou-se um clássico do cinema, ao ser adaptado por Alfred Hitchcock numa produção vencedora do Oscar de Melhor Filme, estrelada por Joan Fontaine e Laurence Olivier.

(Fonte: http://www.saraiva.com.br/rebecca-a-mulher-inesquecivel-4324761.html)




Ano de publicação:
Inglaterra, 1938

Língua original:
Inglês

Edição em português:
Sim.

Cinema ou TV:
Inúmeras adaptações para TV e cinema. Fico para a versão de 1940, dirigida por Alfred Hitchcock.






B)
Título:
A Sucessora

Autor:
Carolina Nabuco

Sinopse:

Fiquei bastante surpresa com a falta de informações sobre esse romance. Como está fora do catálogo das editoras, não consegui sequer uma foto decente de uma capa. Também não há sinopse do livro, o texto abaixo é extraído de uma leitora que escreveu uma resenha no site Goodreads.


Marina é uma jovem de 20 anos, oriunda de uma família tradicional de fazendeiros do interior do Estado do Rio de Janeiro, desinteressada dos assuntos mundanos e que cultiva o gosto pelas coisas simples como a leitura e o contacto com a natureza. Conhece Roberto, um homem cerca de quinze anos mais velho, industrial milionário pertencente à elite burguesa do Rio e viúvo recente, quando este visita a Fazenda numa viagem de negócios. A atracção é imediata e recíproca e, contrariando os desejos da mãe de Marina, os dois acabam por se casar.

Após a lua-de-mel o casal instala-se na mansão de Roberto, onde este vivera com a sua defunta primeira esposa, Alice. Marina começa a sentir a presença da sua antecessora logo à chegada, ao deparar-se com um retrato pintado de Alice, colocado em lugar de destaque no salão, e que alguém se havia esquecido de retirar. Com o decorrer do tempo essa presença estende-se a todos os detalhes da vida doméstica e social, uma vez que Alice parece ter sido a encarnação da mulher perfeita: de beleza invulgar e um modelo de esposa e anfitriã para os padrões da elite urbana carioca (pautados pelo luxo, pelas modas e pelas frivolidades em geral). 

(Fonte: https://www.goodreads.com/book/show/17664993-a-sucessora)

Ano de publicação:
Brasil, 1934

Atualmente, o livro só é encontrado em sebos. É realmente uma pena. Perdi minha cópia há anos, e gostaria de reler para poder fornecer uma opinião mais detalhada.

Língua original:
Português

Cinema ou TV:




É engraçado, pensei, como a rotina da vida persiste e, aconteça o que acontecer, fazemos sempre as mesmas coisas: comemos, dormimos, tomamos banho e nos vestimos. Nenhuma crise da existência rompe a força do hábito.

Daphne du Maurier, Rebecca

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