31 de maio de 2017

Leitores chatos

Li ontem um artigo na página Homo Literatus com o qual me identifiquei, pois, de certa forma, retrata o meu espírito com relação a leitura. O fato é que eu não suporto um leitor chato. E existem muitos por aí. Pior que um leitor, aquela pessoa que nunca pega em um livro do que um leitor chato. Um não leitor pode ser convencido com o livro certo para ele. Já o leitor chato dificilmente muda, ele vai ficar sempre preso às suas regras arraigadas. Se mudar, vai demorar muito tempo.

Resumo, em minhas palavras, as regras para reconhecer um leitor chato segundo o Homo Literatus:

1.
Aquele leitor que, quando em uma conversa sobre livros e literatura, sempre aponta aquele autor que ele julga ultra hiper mega importante quando você o esquece de mencionar.

2.
Aquele sujeito que se julga um gênio diferenciado do resto da humanidade só porque leu certas obras de uma lista seleta (certamente criada por ele mesmo). 

3.
O leitor que fala mal de certos livros/autores sem nunca te-los lido. Talvez o chato entre todos os chatos.

4.
Aquele que descarta o livro de plano, dizendo que a leitura será uma perda do seu precioso tempo de gênio leitor. 

5.
Por fim, aquele que julga ser mais inteligente só porque lê mais que os outros. Não é bem assim, não é?

Acrescento só mais um tipo de leitor chato, um que me irrita particularmente, mas que parece não incomodar a maioria dos outros ratos de livraria como eu:

6.
Aquele leitor que:

- Atrapalha a sua leitura tentando ver a capa do livro que você está lendo;

ou

- Interrompe a sua leitura para perguntar o que você está lendo. Se ele for além e querer discutir ou criticar o seu gosto literário em seguida. 

Os deuses me livrem! Chatos entre os chatos!

Boas leituras! 

E se você se reconhece nos sinais acima, segure um pouco essa chatice, assim como eu tento segurar a minha quando a detecto. Abra a sua mente! Você pode se surpreender...

:-)

S.

(Colagem S.C. Zerbetto)

Novo fôlego para o blog

Bom dia!

O @bibliobibuli_scz no Instagram me animou a voltar a escrever mais por aqui, ao invés de meramente compartilhar imagens e dicas diárias de livros.

"The You I Never Knew", de Susan Wiggs foi o escolhido para a minha leitura light antes de dormir. Como eu não perco meu tempo com livros que não me divertem, eu estava quase deixando de lado quando um pequeno detalhe da trama salvou o romance para mim. Hoje eu termino. Se for confirmado mesmo que é um daqueles romancinhos dignos de levar para uma ilha deserta, vou procurar se existe a tradução em português para compartilhar com vocês.

Boas leituras!

:-)

S.






A leitura na arte: John William Waterhouse




O moralismo é a antítese da Literatura. A Literatura começa precisamente quando recusamos ser moralistas e instintivamente somos perversos. Quem escreve não pode olhar para onde toda a gente está a olhar, mas para o outro lado.

Gonçalo Tavares

Pequenos leitores: Sophie Leta





No meu caso, a literatura é uma espécie de vingança. É algo que me dá aquilo que a vida real não me pode dar - todas as aventuras, todo o sofrimento. Todas as experiências que eu só posso viver na na imaginação, a literatura completa-as.

Mario Vargas Llosa

Ratos de biblioteca: Pablo Granizo





A leitura traz ao homem plenitude, o discurso segurança e a escrita exatidão.

Francis Bacon

Leitores célebres: Marilyn Monroe, Jack Lemmon & Tony Curtis





Há os livros que antes de lidos já estão lidos. Há os que se lêem todos e ficam logo lidos todos. E há os que nos regateiam a leitura e que pedimos humildemente que se deixem ler todos e não deixam e vão largando uma parte de si pelas gerações e jamais se deixam ler de uma vez para sempre.

Vergílio Ferreira

A leitura na arte: Carl Theodor von Blaas



Todo o escritor que é original é diferente. Mas nem todo o que é diferente é original. A originalidade vem de dentro para fora. A diferença é ao contrário. A diferença vê-se, a originalidade sente-se. Assim, uma é fácil e a outra é difícil.

Vergílio Ferreira

Livro do dia: Robinson Crusoe. Daniel Defoe



Título:
Robinson Crusoe

Autor:
Daniel Defoe







Sinopse:

Isolado em sua 'Ilha do Desespero' (ao largo de Venezuela) após um naufrágio, o marujo inglês luta pela sobrevivência valendo-se de todos os meios a seu alcance. Com o tempo e os utensílios recuperados do navio, ele chega a se tornar um competente marceneiro e agricultor, além de pastor de cabras e conhecedor da Bíblia - a única leitura disponível. Sem contato com qualquer ser humano por mais de duas décadas, certo dia Crusoé salva um nativo do assassinato por canibais que haviam aportado numa das praias da ilha, e logo o faz seu criado, dando-lhe o nome de Sexta-Feira. Alguns anos mais tarde, o acaso leva um navio inglês às proximidades da ilha, dando início a um conflito com a tripulação amotinada. O livro também conta com uma introdução de John Richetti.

Ano de publicação:
1719




Edição em português:
Sim.


Cinema/TV:
Sim, inúmeras adaptações, mas nenhuma que me chame a atenção em particular.

Indicado para:
Todas as idades.



30 de maio de 2017

Não sei se arruinei meus olhos de tanto ler ou vice-versa...


Colagem S.C. Zerbetto

Instagram
@bibliobibuli_scz

Tantos livros, tão pouco tempo...

Leituras: The Goldfinch, Donna Tartt (um dia eu termino), Into the Water, Paula Hawkins.

Leiturinhas: The Welcome Home Garden Club, Lori Wilde.

Vejo vocês no Facebook ou no Instagram (@bibliobibulo_scz) a qualquer hora. 

Bom dia a todos e boas leituras!

:-)

S.


Livro de cabeceira: Puuung





Sem leitura não se pode escrever. Tão-pouco sem emoção, pois a literatura não é, certamente, um jogo de palavras. É muito mais. Eu diria que a literatura existe através da linguagem, ou melhor, apesar da linguagem.

Jorge Luis Borges

Leitores célebres: Lily James




A literatura é essencialmente solidão. Escreve-se em solidão, lê-se em solidão e, apesar de tudo, o ato de leitura permite uma comunicação entre dois seres humanos.

Paul Auster

A leitura na arte: Jean Beraud




As letras são o alimento da juventude, a paixão da idade madura e a recreação da velhice; dão-nos brilho na prosperidade, e são uma consolação, um recurso no infortúnio; fazem as delícias do gabinete, e não embaraçam em nenhuma situação da vida; de noite servem-nos de companhia, e vão connosco para o campo e em viagem.

Cícero

Na estante: Hong Kyong Tack




A literatura não é algo que nos faça felizes, mas ajuda-nos a defendermo-nos da infelicidade.

Mario Vargas Llosa

A leitura na arte: Edgar Degas





A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta. Talhar a obra literária sobre as próprias formas do que não basta é ser impotente para substituir a vida.

Fernando Pessoa

Livro do dia: Seduction, Nicole Edwards

(Albert Williams)

Título:
Seduction


Autor:
Nicole Edwards


Sinopse:

Talvez a escritora Ashleigh Thomas tenha cometido o maior erro da vida dela. Ao mudar-se para outra cidade para ficar mais perto da família, ela se coloca também mais perto do único homem para o qual nunca conseguiu dizer não.

Alex McDermott passou a maior parte da década tentando ficar longe de Ashleigh, mas quando ela vem morar bem perto dele, ele não consegue mais resistir. Mas ele tem um segredo que pose afastá-la definitivamente….

Fonte: Goodreads (tradução adaptada)

Ano de publicação:
2012

Edição em português:
Não.

Indicado para:
Adultos

(Albert Williams)


29 de maio de 2017

Bibliobibuli no Instagram

(Colagem por S.C. Zerbetto)

Bibliobibuli no Instagram

@bibliobibuli_scz


Já era tempo, e eu finalmente iniciei as postagens também no Instagram  - @bibliobibuli_scz. É mais um diário fotográfico de uma leitora eclética e excêntrica, portanto o conteúdo vai ser ligeiramente diferente do que se vê por aqui ou mesmo na página Bibliobibuli do Facebook.

Por enquanto vou manter esse blog, para as eventuais resenhas e como um arquivo pessoal de imagens relacionadas à livros e à leitura. Isso sem falar dos livros do dia! Enquanto eu tiver material, continuo.

Muito obrigada e boas leituras!

:-)

S.


Livro do dia: Olhai os Lirios do Campo. Érico Veríssimo

(Vicente Romero Redondo)

Título:
Olhai os Lirios do Campo

Autor:
Érico Verissimo





Eugênio Pontes, moço de origem humilde, a custo se forma médico e, graças a um casamento por interesse, ingressa na elite da sociedade. Nesse percurso, porém, é obrigado a virar as costas para a família, deixar de lado antigos ideais humanitários e abandonar a mulher que realmente ama. Sensível, comovente, "Olhai os Lírios do Campo" é um convite à reflexão sobre os valores autênticos da vida.


Ano de publicação:
1938

Cinema/TV:
Adaptação para a TV brasileira.

Indicado para:
Adolescentes e adultos.

(Vicente Romero Redondo)

"– Só foge da solidão quem tem medo dos próprios pensamentos, das próprias lembranças.
– Talvez...
– Mas se tu soubesses como a solidão pode nos enriquecer..."

Érico Veríssimo, Olhai os Lírios do Campo


(Vicente Romero Redondo)

A leitura na arte: Lluïsa Vidal i Puig





A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.

Carlos Drummond de Andrade

Leitores célebres: Keira Knightley






Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

Fernando Pessoa

Livros e leitores: Catherine Chauloux





Os leitores extraem dos livros, consoante o seu carácter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra o veneno.

F. Nietzsche

Livros e leitores: Adam Simpson





Os poetas e os romancistas são aliados preciosos, e o seu testemunho merece a mais alta consideração, porque eles conhecem, entre o céu e a terra, muitas coisas que a nossa sabedoria escolar nem sequer sonha ainda. São, no conhecimento da alma, nossos mestres, que somos homens vulgares, pois bebem de fontes que não se tornaram ainda acessíveis à ciência.

Sigmund Freud

A leitura na arte: Pierre-Auguste Renoir




Olho para as centenas de livros no meu gabinete e apercebo-me que não toquei na maior parte deles depois de os ter lido ou dado uma vista de olhos pela primeira vez. Mas nem sequer considero a hipótese de me desfazer deles - então, e se eu quiser abrir este ou aquele um dia destes? Gastei o meu último dinheiro tanto a adquirir novos livros como em prostitutas. Comprar livros novos é um prazer muito diferente do prazer de ler: examinar, cheirar, folhear um livro novo é a própria felicidade.
Os livros dão-me confiança pela sua disponibilidade, de que posso sempre aproveitar-me se quiser. O mesmo acontece com as mulheres - preciso de muitas delas e têm de se abrir à minha fente como os livros. Na verdade, para mim, os livros e as mulheres são semelhantes de muitas formas. Abrir as páginas de um livro é o mesmo que afastar as pernas de uma mulher - o conhecimento revela-se à nossa vista.
Todos os livros têm um odor próprio: quando abrimos um livro e cheiramos, cheiramos a tinta, e é diferente em cada livro. Rasgar as páginas de um livro é um prazer inenarrável. Mesmo um livro estúpido me dá prazer quando o abro pela primeira vez. Quanto mais esperto for, mais me atrai, e a beleza da capa não é importante para mim. Isto não é necessariamente verdade para as mulheres.
Tal como uma mulher se pode vir com qualquer homem habilidoso, assim um livro se abre a qualquer um que lhe pegue. Dará o prazer da sua sabedoria a quem for capaz de o compreender. Por isso sou cioso dos meus livros e não gosto de os dar a ninguém para ler. A minha biblioteca é o meu harém.

Alexander Puschkine, in 'Diário Secreto'

28 de maio de 2017

A leitura na arte: Paolo Sala






Não viajo sem livros, nem na paz, nem na guerra... pois não se pode dizer o quanto eu me repouso e demoro nessa consideração de que eles estão ao meu lado para me darem prazer quando preciso e em reconhecer quanta ajuda eles me trazem à vida. É a melhor provisão que tenho encontrado para esta viagem humana e sinto uma pena extrema das pessoas inteligentes que deles se privam.

Michel de Montaigne, in 'Dos Três Comércios'

Leitores célebres: Steve Martin



Porque os livros não são de todo coisas mortas (...) preservando, como um frasco, a mais pura extração do intelecto que os criou. Sei que são tão vivos e vigorosamente produtivos como os fabulosos dentes de um dragão e sendo fomentados podem unir homens armados.

John Milton, in 'Aeropagitica'

Ratos de biblioteca: Edwina White




Tu e eu somos o que somos e seremos o que formos. Quanto a ser-se envenenado por um livro, não existe tal coisa. A Arte não tem qualquer influência sobre a acção. Aniquila o desejo de agir. É soberbamente estéril. Os livros a que o mundo chama imorais são os livros que mostram ao mundo o seu opróbio, nada mais.

Oscar Wilde, in "O Retrato de Dorian Gray"

27 de maio de 2017

Café com leitura: Victoria Ying




Não há dúvida nenhuma: se um leitor não se tem firme nos pés diante de certos livros e de certos autores, acontece-lhe como quando a gente se debruça a uma alta janela e olha com adesão exagerada para o fundo: atira-se dali abaixo. E coisa curiosa: tanto monta que o aceno venha dum clássico, como dum romântico, como dum realista, como dum futurista. Desde que a mão feiticeira que o faz saiba da sua poda, um homem, que ainda ontem era enforcado de Villon, passa a satânico de Baudelaire sem qualquer cerimónia.
Miguel Torga, in "Diário (1942)"

Leitores célebres: Liv Tyler




A pedra de toque de um livro (para um escritor) é o momento em que o livro oferece enfim um espaço onde, com toda a naturalidade, se pode dizer o que se quer dizer. Como esta manhã, em que pude dizer o que Rhoda disse. Isto vem provar que o livro tem uma vida própria: porque não esmagou o que eu queria dizer, antes me permitiu intrduzi-lo mansamente, sem uma tensão, sem uma alteração.
Virginia Woolf, in "Diário"


A leitura na arte: Johanne Mathilde Dietrichson




A arte de não ler é muito importante. Consiste em não sentir interesse algum por aquilo que está a atrair a atenção do público numa determinada altura. Quando um panfleto político ou eclesiástico, um romance ou um poema estão a causar grande sensação, não devemos esquecer-nos de que quem escreve para tolos tem sempre grande público. Uma condição prévia para ler bons livros é não ler os maus: a nossa vida é curta. 

Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos' 

Livro do dia: As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain



Título:
The Adventures of Huckleberry Finn

Autor:
Mark Twain








Sinopse:

Lançado em 1885 como sequência de As aventuras de Tom Sawyer (1876), a história de Huck Finn, no entanto, ganhou autonomia: é unanimemente considerada a obra-prima de Mark Twain e mudou para sempre o imaginário dos Estados Unidos. 
Para se livrar do pai bêbado e violento, Huckleberry Finn se refugia em uma pequena ilha do rio Mississippi, onde se alia com Jim, um escravo fugido. Em busca de liberdade, a inusitada dupla se lança numa viagem pelo leito do rio, às margens da sociedade pré-Guerra Civil. 
Marco fundador da narrativa estado-unidense, o romance registrou a fala comum da gente simples e inaugurou a tradição – central das artes americanas – do anti-herói jovem e espirituoso que, graças à condição de desajustado, goza de uma visão privilegiada do mundo. Muitas vezes alvo de polêmicas, Huck Finn não cessa de suscitar reflexões sobre o absurdo da humanidade.

Ano de publicação:
1884




Edição em português:

Cinema/TV:
Sim.

Indicado para:
Todas as idades