Quase não ia ter livro do dia hoje. Até que li a notícia do falecimento da escritora francesa Anne Golon, autora da série de treze romances tendo como personagem principal uma heroína chamada Angélica (Angelique), a Marquesa dos Anjos. Já foram "livro do dia" aqui no blog, mas misturados a outras obras. Hoje, em uma singela homenagem à Anne Golon, resolvi dedicar a eles um post especial, fugindo do formato tradicional dos meus posts quase diários.
Ouvi falar pela primeira vez sobre série da época do Clube do Livro, muito popular nos anos 70 e 80. Em tempos pré-internet, os livros sempre me deixaram interessada, mas naquela época a compra era mais difícil, isso sem falar que meus pais achavam que eles não eram para a minha idade. Foi somente vivendo fora do país e podendo perambular livremente entre as estantes de uma biblioteca pública, que eu finalmente consegui ler os romance. Não li todos, confesso - acho que li até o quinto livro. Cada um deles tem mais de 500 páginas, ou seja, uma saga digna do nome mesmo!
Pausa: TODA BIBLIOTECA deveria permitir que os leitores circulem livremente entre suas estantes.
Depois descobri que existem também uma série de filmes baseados nos livros - nos cinco primeiros, se não me engano. Esses filmes foram muito populares na Europa na época de seu lançamento, e aqui no Brasil chegaram a ser mostrados na TV.
Publicados a partir de 1956, os livros da Angélica (vou chamá-los assim) contam a saga de uma jovem, filha de um nobre empobrecido na França do século 17, que acaba sendo obrigada a romper com o namorado de infância para se casar com o nobre rico e poderoso (e atraente, é claro) Joffrey de Peyrac , que, além de mais de dez anos mais velho do que ela, com cicatrizes no rosto e a reputação de ser um bruxo.
Quem lê esses romances hoje reconhece elementos presentes em várias séries e sagas atuais de sucesso, além de elementos tirados de contos de fada tradicionais (A Bela e a Fera e Cinderella, por exemplo). Joffrey é aquele herói que inicia a história como sendo um vilão malvado, e aos poucos, descobre-se que, na verdade, ou não era tão mal assim, ou acabou sendo redimido pela heroína virginal. Já lemos essa história centenas de vezes , mas Anne Golon foi talvez a primeira a contá-la exatamente desse modo, com uma pesquisa história primorosa e detalhes impecáveis, além da pitada de sensualidade e ousadia que até então não era tão presente nos romances direcionados ao público feminino. Porém, nada é explícito, pelo menos não em comparação ao que se lê nas romance novels atuais.
Nos treze livros, os dois amantes passam por reviravoltas mirabolantes e criativas ficam separados por muito tempo, relacionam-se com outras pessoas, tudo isso rumo a um esperado final feliz. E sinceramente posso dizer com segurança que nem sei se isso realmente acontece no final, pois parei na metade da série. Consideradas as devidas proporções, é claro, ouso dizer que Anne Golon talvez tenha sido a E.L. James de sua época, por quebrar alguns paradigmas sobre os elementos contidos na trama de um romance. Além disso - série de livros + sucesso de vendas + filmes... parece familiar? Ou seja, as histórias se repetem não somente nos livros, mas com seus autores também.
Enfim, esses livrinhos tem um certo sabor nostálgico para mim. Fico sempre esperando que sejam lançados em formato eletrônico, pois adoraria tê-los na biblioteca do meu Kindle.
Boas leituras!
:-)






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