E não sei porque lembrei-me de uma frase de um meu professor da faculdade de Direito. Ele disse uma vez que se ele detectasse uma contradição em um livro, qualquer livro, ele o jogava fora pois o livro não prestava. Quando ele disse isso eu pensei na hora: puxa, que desperdício. Lembrei-me do grande poeta norte americano Walt Whitman que dizia:
Eu me contradigo? Pois muito bem, eu me contradigo. Sou amplo, contenho multidões.
Walt Whitman
É isso aí! Meu professor, a quem eu muito admirava, estava certo quando se tratava de livros técnicos. Mas quando um livro conta uma história, o que vale é a imaginação do escritor. Irrito-me muito quando leio uma resenha ou crítica e alguém diz, por exemplo: "Essa pessoa não existe no mundo real, ninguém é assim." Ledo engano! Fosse assim, eu não existiria no mundo real, ninguém existiria. Somos múltiplos, temos múltiplas faces, muitas contraditórias entre si. Há aquelas que mostramos ao público, aquelas que revelamos só para os mais próximos, e aquelas que pertencem só a nós. Personagens de um livro não deveriam ser diferentes.
:-)
S.
:-)
S.
Nenhum comentário:
Postar um comentário